O algodão colorido é trama e tom da cenografia do Salão de Artesanato da Paraíba.
O algodão colorido orgânico é
o fio condutor. A pluma que já nasce em tons terrosos empresta seu valor
patrimonial à cenografia do XXIII Salão de Artesanato da Paraíba. O projeto
idealizado pelo Estúdio Sérgio J. Matos
faz uma intrincada tessitura de elementos que remetem à cadeia produtiva, desde
os campos áridos do agreste do Estado ao fabrico de têxteis com representação expressa
nos teares de engrenagem artesanal.
O ponto de partida
conceitual da cenografia rememora o ciclo do “ouro branco” na história
econômica e social do Nordeste, onde a Paraíba desempenhou papel de relevância no
século passado. É o passaporte para adentrar no universo da recente ascensão do
algodão colorido como símbolo de sustentabilidade e matéria-prima de produtos do
novo luxo no mercado internacional. A inspiração está ancorada no valor
patrimonial do produto - com certificação de
Indicação Geográfica concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade
Intelectual (INPI) - e cultiva referências culturais, históricas e territoriais que
o tornam genuinamente paraibano.
A ambientação do hall de entrada
convida a uma imersão na trama do algodão colorido. Fios entrecruzados revestem
o teto e as paredes laterais e simulam uma grande peça têxtil recém saída do
tear exposto na porta principal. No jogo de luz e sombra, manequins flutuam com
a coleção da marca Natural Cotton Color. Na área de descanso, a atmosfera é a dos
antigos armazéns de algodão. As sacas de plumas empilhadas dão vida a sofás e a
iluminação intimista traduz aconchego.
Como em um caminho inverso
ao da cadeia de produção, o roteiro do Salão termina na plantação imaginária do
algodão, onde galhos vermelhos suspensos cobrem a praça de alimentação. É o espaço
para as coisas que brotam da terra, que têm sabor de cultura e alimentam corpo
e alma com histórias e saberes ancestrais. Coisas de gente genuína e de fibra, como
o próprio algodão que dá o tom à cenografia do maior evento da arte popular na
Paraíba.
[English Text]
Scenography at the culture tone
The colorful organic cotton is the
guiding wire. The plume that is born in earthy tones lends its heritage value
to the scenography of the Paraíba Craft Salon XXIII. The project conceived by
Sergio J. Matos Studio makes an intricate mixture of elements that refer to the
production chain, from the arid fields of the State the manufacture of textiles
with representation expressed in artisanal gear looms.
The conceptual starting point of the
exhibition design recalls the cycle of "white gold" in economic and
social history of the Northeast, where the Paraiba played a role of relevance
in the last century. Is the Passport to enter the universe of the recent rise
of colorful cotton as a symbol of sustainability and raw material for new
products in the international market. The inspiration is anchored in the equity
value of the product - certification of geographical indications granted by the
National Institute of Intellectual Property (INPI) - and nurtures cultural,
historical and territorial references that make it genuinely Paraíba born.
The ambiance of the lobby invites you
to an immersion into the colorful cotton plot. Interwoven strands lining the
ceiling and sidewalls, simulating a large textile piece fresh, out of the loom
above the front door. In a game of light and shadow, dummies floating with the
collection of Natural Cotton Color mark. At the rest area, the atmosphere is
that of the old cotton warehouses. The bags of pilled plumes give life to sofas
and intimate lighting translates coziness.
Like in an inverse path of the
production chain, the script of the Saloon finishes on the imaginary plantation
of the cotton, where suspended red branches cover the food court. It is the place
of the things that springs from the earth, which has the flavor of the culture
and feed body and soul with stories and ancestral knowledge. Things of genuine
and fiber people, like the same cotton fiber, making the tone of scenography of
the main event of popular art of Paraíba.
Manequins
flutuam com coleção de roupas produzidas com o algodão colorido da Paraíba.
As
sacas de algodão, como em um antigo armazém, dão vida aos sofás da área de
descanso.
Na
área de descanso as luminárias com fio de algodão colorido criam ambiente
intimista.
Os galhos vermelhos suspensos no teto da praça da alimentação simulam
campos de algodão.
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Seu trabalho tem um diálogo muito preciso com as tendências contemporâneas do design, é equilibrado e diverso, aprecio muito a escolha que faz de materiais naturais em suas construções, ao meu ver, uma particularidade admirável e coerente para um profissional brasileiro, já que nosso clima pede esses elementos, consigo perceber o fabril com cara de fabril (ainda muito descartado pela sociedade de consumo, atual que para mim não passa de uma atitude patética de gente que não tem informação ou possui gosto de caráter duvidoso, afinal somos um país tropical), vc prima pelo acabamento, e conclui a obra sem excessivismos.
ResponderExcluirParabéns pelo primoroso e impecável trabalho nessa edição do Salão Paraibano, vc é grande Sérgio J. Matos.
Cello Lima
Artista Plastico e produtor cultural
Seu trabalho tem um diálogo muito preciso com as tendências contemporâneas do design, é equilibrado e diverso, aprecio muito a escolha que faz de materiais naturais em suas construções, ao meu ver, uma particularidade admirável e coerente para um profissional brasileiro, já que nosso clima pede esses elementos, consigo perceber o fabril com cara de fabril (ainda muito descartado pela sociedade de consumo, atual que para mim não passa de uma atitude patética de gente que não tem informação ou possui gosto de caráter duvidoso, afinal somos um país tropical), vc prima pelo acabamento, e conclui a obra sem excessivismos.
ResponderExcluirParabéns pelo primoroso e impecável trabalho nessa edição do Salão Paraibano, vc é grande Sérgio J. Matos.
Cello Lima
Artista Plastico e produtor cultural
Não há email ou telefone para contato... Gentileza contatar joao@porquemkt.com.br
ResponderExcluiruma linda instalação, espero que ele tenha recebido o pagamento por este trabalho, fiquei sabendo que muitas pessoas que trabalharam não receberam pagamento até hoje, isto mostra a falta de respeito deste governo com a arte a cultura os artistas, aliás, falta de respeito com o cidadão
ResponderExcluirsó emprestei estas peças do meu acervo, em respeito ao algodão colorido, que hoje é a vida de minha empresa e as pessoas que participaram do projeto, como sergio e outros
ResponderExcluirQual material utilizado no piso? Grata.
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