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O Rio Negro é elo de conexão e desenvolvimento para a região do Amazonas |
Os olhos não
revelam cansaço. Desde que pousaram nas terras amazonenses, onde por dez dias
percorri o Alto Rio Negro nas ações de consultoria do Projeto Brasil Original –
Artesanato do Amazonas (junto ao Sebrae/AM) testemunharam um universo ímpar.
Como uma câmera registraram paisagens, cores, texturas. Inquietos,
deslocaram-se de um lado a outro, focaram, extraíram detalhes, congelaram sobre
o exotismo que aflora por todos os lados. Assistiram a segredos de um pedaço do
Brasil que eu vislumbrava em sonhos. Mesmo quando o sono acalentou a fadiga e
eles se fecharam, uma sequência de imagens, como um filme, seguiram em
exibição. Ficaram gravadas na retina, ocuparam espaço na memória e no coração
pela tamanha emoção que conectam. Agora,
de volta à casa e ao estúdio, percebo como o design se espraia em tudo e tudo
transpira inspiração: o emaranhado da floresta, a sinuosidade dos rios, as
comunidades indígenas e ribeirinhas, seus modos e rotinas, seus ritos e crenças
perpetuados em gerações contínuas.
Os dias
foram expressos. Escaparam quase em uma piscadela - entre o nascer e pôr do sol
alaranjado - preenchidos por incontáveis momentos que quero revisitar na
lembrança para me abastecer sempre que necessário. A viagem seguiu o curso do
rio, no balanço das águas tomadas pelos reflexos das belezas naturais. Parti de
Manaus. Ancorei em São Gabriel da Cachoeira e Barcelos e tudo que experimentei
e aprendi está embalado com o nome saudade. Partilhei da vivência com artesãos
que na perfeição de seus ofícios e na determinação de vencer adversidades
expuseram o orgulho de suas tradições e o respeito à terra. Personagens de
múltiplas etnias indígenas como Zé, Gilda, Maria Nazaré, Sônia Gregório e
Raimundo (entre outros nomes que guardo reverência) que tecem, tramam e
esculpem sonhos através do artesanato. Deles e de suas comunidades colhi
lembranças que abarrotaram minha bagagem: desenhos de pinturas corporais e seus
significados, novos materiais e objetos do cotidiano. O mais valioso é mais
leve que o ar e trouxe na alma, pra sempre.
[English Text]
Baggage and memories from the Negro Up River
The eyes does not reveal
tiredness. Since they landed at amazon lands, where I crossed the Negro River
for tem days, by consulting action of Project Brasil Original – Crafts from
Amazonas (with SEBRAE/AM) witnessed a unique universe. Like a câmera registers
landscapes, colors, textures. Restless, moves side to side, focused, extracted
details, freezed by the exoticism that flowers in every way. Watched secrets of
a piece of Brazil, that I only glimpse in dreams. Even when the sleepness
cherishes the fatigue and they closed them, a sequence of images, lika a movie,
followed on display. Remained recorded in the retina, occupied space in the
memory and in the heart by such emotion that connects them. Now, back home and
to the studio, I realize how the Design spreads in everything and everything
perspires inspiration: the mixed forest, the sinuosity of rivers, the
indigenous and Riverside cultures, their ways and routines, their rites and
beliefs perpetuated in continuous generations.
The days were expressed.
Escaped almost in a wink - between the oranjed sunsire - furfilled by countless
moments that I want to revisit in memory to supply me whenever necessary. The
trip went down the river course, in the balance of waters taked by reflexes of
natural beaulty. Left from Manaus. Anchored in São Gabriel da Cachoeira and
Barcelos and everything I experienced and learned is packed with a nolstalgic
name.I shared the experience with craftsmen in the perfection of their crafts
and determination to overcome adversity and exhibited the pride of their
traditions and respect for the land. Characters of multiple indigenous groups
as Zé, Gilda, Maria Nazareth, Gregório, Sonia and Raimundo (among other names
thatI keep reverence) that weave and sculptdreams through their crafts.From
them and their communities I bring the best regads that overflows my baggage:
body painting designs and their meanings, new materials and everyday objects.
The most valuable is lighter than air and brought in the soul forever.
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Em Manaus, às margens do Rio Negro: a vida pulsa no vaivém das embarcações |
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Consultoria do Projeto Brasil Original - Artesanato Amazonas em São Gabriel da Cachoeira |
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A natureza do Amazonas é generosa em matéria-prima para o artesanato local |
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José, da etnia indígena Kuripaco, trama tradição na cestaria típica da região |
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Técnicas e saberes ancestrais de indígenas e ribeirinhos assinam o artesanato do Amazonas |
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A artesã Sonia Gregório do Projeto Brasil Original-Artesanato Amazonas e o olhar vivaz da Andréa |
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Esculturas em madeira, do artesão Raimundo, na cidade de Barcelos |
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"O bom de voltar é abrir a mala e encontrar lembranças de gente que cruzamos nos contornos do Rio" |
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